Essa iniciativa da Prefeitura visa não apenas facilitar a locomoção das pessoas com deficiência visual, mas também promover a inclusão social e proporcionar maior independência durante a travessia.
“Esse tipo de semáforo é essencial para a independência do deficiente visual, para fazer a travessia utilizando essa tecnologia, que vai propiciar o aviso sonoro. Tanto as informações de como é o funcionamento quanto o aviso sonoro para que possa fazer a travessia com segurança em locais de grande comércio e grandes tráfegos”, comentou Luiz Gustavo de Almeida, engenheiro elétrico da Secretaria Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transportes (Semtran).
Os semáforos possuem um dispositivo de acionamento, semelhante a um botão, que atende tanto os pedestres convencionais quanto aqueles com dificuldades de locomoção. Ao pressionar o botão, os veículos param para permitir a passagem do pedestre. No caso dos deficientes visuais, o botão deve ser pressionado por um pouco mais de tempo, e então eles receberão orientações por meio de sinais sonoros para realizar a travessia de forma segura.
Tempo
Foi mencionado que a instalação dos dispositivos teve início há um ano nos locais com maior movimento de pedestres, porém o projeto data de 2017, com os estudos para implementação começando em 2018. Até agora, 16 dispositivos com botões foram instalados, mas a meta é alcançar 22 ainda neste mês de maio.
“Temos equipamento na Chiquilito Erse (Antiga Rio Madeira), na travessia para o Colégio Tiradentes; na entrada do Porto Velho Shopping; na Sete de Setembro com Campos Sales; Abunã próximo da Salgado Filho; Jorge Teixeira com Santos Dumont e outro em fase de implantação na Av. Sete de Setembro com Gonçalves Dias, entre outros”, informou o engenheiro da Semtran.
Disse ainda que, de acordo com o planejamento da Prefeitura, “a viabilidade de instalação são os locais de demanda e de necessidade, onde o pedestre tem alguma dificuldade de travessia ou em locais de grande fluxo de pedestres”.
FUNCIONAMENTO
Luiz Gustavo explica que na parte superior dos equipamentos há um pequeno texto em braille com todas as instruções para utilizar o semáforo. Em seguida, a pessoa com deficiência visual pressiona o botão por dois segundos para acionar o auxílio sonoro indicando o momento correto para atravessar a rua.
Segundo Luiz Gustavo, a Semtran atingiu 100% de conectividade com os semáforos da cidade, o que agiliza todo o processo de ajustes e manutenção rapidamente, graças ao alarme acionado no centro de controle.
“Também houve investimento em sistema de sustentação de energia dos semáforos, caso falte a energia da empresa fornecedora. Além disso, a Semtran mantém investimento contínuo para a melhoria do parque semafórico como um todo”, pontuou.
O projeto para instalação de semáforos inteligentes e que atendam as necessidades dos deficientes visuais foi elaborado pelo auditor do Tribunal de Contas de Rondônia, Jailton Delogo, no ano de 2017, quando ele foi cedido para trabalhar na Prefeitura de Porto Velho, dando sua contribuição na implantação de políticas públicas para atender os munícipes.
“Nós fizemos uma pesquisa junto às pessoas com deficiência visual, no que eles entendem que deveria mudar aqui na capital. A maior solicitação foi exatamente a implantação de sinais sonoros. Nós tivemos uma votação expressiva para que fossem instalados sinais sonoros nos principais pontos da cidade”, disse.
Jailton agradeceu à Semtran e ao poder executivo como um todo por ter acreditado nesse projeto. Para ele, é uma satisfação saber que o projeto está se tornando uma realidade, devido ao crescimento da frota de veículos na capital rondoniense.
“Sem dúvida nenhuma esses sinais vão orientar as pessoas e dar muito mais segurança para que as pessoas com deficiência possam fazer a sua travessia de um lado para o outro de uma forma mais tranquila”, completou.
Teste
Na tarde de sexta-feira (3), o também deficiente visual Dida Cordeiro, acompanhado de Jailton Delogo, fez questão de testar na prática o equipamento instalado na Sete de Setembro com Campos Sales. Ele destacou a importância do dispositivo na melhoria da acessibilidade.
“Nos ajuda porque ao tentarmos atravessar uma avenida movimentada como esta aqui, sem esse aparelho, os condutores geralmente não respeitam o nosso direito como deficiente visual. Aqui não, ele vai estar nos dando o direcionamento para que, com segurança, façamos a travessia”, comentou.